quinta-feira, 13 de maio de 2010

Falta Educação à Educação



O Brasil foi despertado, de novo, para o problema do menor na recente crise, mais permanente que recente, da FEBEM. Diante das telas e através dos jornais foram expostas as vergonhas de uma sociedade que sequer ruboriza pelos seus escândalos. Sabemos que tal problema não traz nenhuma novidade, são fatos comuns em nosso cotidiano. Tais fatos apenas nos relembram que nos falta saúde, segurança, empregos, mas principalmente falta-nos educação. Não há investimento, não há política educacional, não há aprimoramento; não há interesse político, etc. Mas além dessas ausências, existe uma que revela o real estado de nosso processo de ensino. Esta não depende de governo, não é uma responsabilidade política, e nem precisa de um programa de investimento. Tal ausência ou carência afeta os meninos da FEBEM, tanto quanto os garotos da classe média e alta; faz-se sentir entre as crianças, bem como entre os universitários; não respeita classe social, idade, sexo ou religião. Ou seja, falta educação à educação.
A palavra educação, por um erro de percurso, tornou-se sinônima de conhecimento. A agenda do processo educativo está bem próxima da produção de intelectuais. Ensinar, hoje, é transferir conhecimento. O incidente ocorrido no shopping de São Paulo, quando o estudante do 6o ano de medicina assassinou e feriu várias pessoas com uma arma, comprova que intelectualidade não significa educação. Não basta ensinar as leis, é preciso aprender a justiça, tornar conhecido os códigos legais não substitui o aprendizado do respeito. Nessas ocasiões me bate aquela saudade da professora, que nos ensinava uma disciplina chamada moral e cívica. Não foi a disciplina ou matéria que mudou de nome, mas os conceitos e valores, principalmente o da educação.
Isto, talvez, explique porque a nossa sociedade ao mesmo tempo que adquire mais conhecimento, perde sua educação. Ou revemos nosso conceito de educação, ou continuaremos a produzir intelectuais com desvios comportamentais, tecnólogos sem ética, pós-graduados sem caráter. Ensinar e Educar são atividades ligadas à vida, não somente ao conhecimento. Assim, importa que Governos e escolas, pais e professores invistam seu tempo, dinheiro e esforço para formação do caráter, dediquem-se a pessoas, transmitam vida. Isto não significa abandonar a busca do conhecimento, mas fazer do conhecimento um instrumento da vida e não o seu alvo. Em suma, sejam os meninos da FEBEM ou dos colégios de classe alta, sejam as crianças do maternal ou os jovens das universidades, todos precisam de educação. Talvez devêssemos nos lembrar das palavras do Mestre, que ao referir-se a sua missão, ministério e tarefa, inclusive ensino, disse:
Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância(Jo. 10:10)

A Vida é Insegura




Slm 90:12 Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.

Esquecendo Deus na Igreja

Esquecimento. Esta é uma palavra cada vez mais presente em nosso dia-a-dia. Freqüentemente nos esquecemos de objetos, datas, números, nomes... Não há quem possa se escusar dessa falta. Crianças e adultos, jovens e idosos, todos já se esqueceram um dia do aniversário de alguém, de um compromisso, do nome de alguma pessoa, etc. Inventamos a agenda para não esquecermos aquilo que julgamos importante, contudo nos esquecemos de anotar nela o que é importante. Ou então a esquecemos em algum lugar. Enfim, a verdade é que o esquecimento é companheiro de todos nós. Na igreja, por exemplo, o departamento de achados e perdidos, bem poderia se chamar "achados e esquecidos". Perder não define bem o que aconteceu com os objetos ali depositados. E o que mais se esquece na igreja? A Bíblia. E alguns só se dão conta de que a esqueceu no momento de voltar para a igreja.
Mas não é só a Bíblia que temos esquecido, os cristãos também estão esquecendo Deus na igreja. Sabemos que Deus não é um objeto para ser esquecido pelo homem, e nem está confinado à memória de homens caídos, mas por algum motivo os cristãos não estão levando a memória da presença de Deus consigo, assim tal memória permanece guardada na igreja. Não é possível determinar quando o esquecimento de Deus ocorre, pode ser na manhã do dia seguinte quando nos defrontamos com a correria, já aceita por nós como padrão de vida. Ou quem sabe o esquecimento ocorra quando, ao sair da igreja chegamos em casa ou damos uma "esticadinha" na lanchonete, e nos envolvemos com as atividades que enganosamente chamamos de normais. Em muitos casos, isto acontece na saída do templo após o culto. Tão logo termina o nosso momento de adoração, passamos para um outro, no qual esquecemos de incluir Deus. Tal esquecimento pode se, diagnosticado facilmente, prestemos atenção em nossos "papos" na porta da igreja. Observemos o nosso diálogo com familiares e amigos, e verifiquemos se Deus faz parte de nossos assuntos no trabalho, na escola, ou nas horas de lazer. Enfim, nossas atitudes, palavras, pensamentos, sentimentos se afastam de Deus tão logo deixamos a igreja.
Em geral, a grande justificativa para o esquecimento sempre foi a ocupação. Estamos sempre ocupados o suficiente pra que Deus não tome parte em nossas atividades. Nossa agenda cheia não tem espaço para Deus nem para as coisas de seu reino. Isto me faz lembrar o relato de um executivo de uma grande empresa, importante e muito ocupado, que encontrou um pescador, membro de sua igreja, numa tarde, com a calça dobrada até o joelho, ajudando seus dois filhos a pegar conchinhas na praia. Logo ele perguntou: -"Porque você não está pescando?" Ao que o pescador respondeu: - "Porque já pesquei o suficiente para hoje ". E porque você não pega mais peixe? " Perguntou O executivo "E o que eu faria com eles?" Devolveu-lhe a pergunta, o pescador. "Você poderia ganhar mais dinheiro, e então poderia comprar um barco melhor, e aí pescaria mais longe pegando mais peixes ainda. Compraria uma frota de barcos, e em breve seria um homem tão rico quanto eu. " Explicou o executivo. "Daí você poderia descansar e divertir-se" Afirmou O executivo. "E o que você pensa que estou fazendo agora? " Respondeu o pescador.
O nosso conforto é que Deus não esquece de nós. Lembra-te destas coisas, ó Jacó, ó Israel, porquanto és meu servo! Eu te formei, tu és meu servo, ó Israel; não me esquecerei de ti (Isaías 44:21).
Pastor Jôer

Olhando em um Espelho



Um certo dia um homem idoso e rico visitou um rabino. Logo que entrou, o rabino o tomou pelas mãos e o levou até uma janela. "Olhe para lá", disse ele. O homem rico olhou para a rua. "O que você vê?" Perguntou o rabino. "Eu vejo homens, mulheres e crianças." Respondeu o homem rico. Novamente o rabino o tomou pelas mãos e desta vez o levou a um espelho. "Agora, o que você vê? " "Eu vejo a mim mesmo ", o homem respondeu. Então o rabino disse, "Note que tanto a janela como o espelho são vidros, mas o vidro do espelho foi coberto por uma camada fina de prata, e tão logo o vidro foi coberto pela prata você deixou de ver os outros e passou a enxergar apenas a você mesmo."
O poder do dinheiro é inegável. Segundo o multimilionário Donald Trump: "quem afirma que o dinheiro não traz felicidade, diz isto porque não sabe onde fica o shopping'. A mídia se encarregou de nos convencer que o dinheiro tem poder de realizar nossos sonhos, de concretizar nossas esperanças, de gerar oportunidades, de abrir portas, de alargar os nossos horizontes. O que eles não nos falam é de um determinado poder que o dinheiro exerce. E neste caso, tanto a sua abundância como a sua ausência provocam o mesmo resultado, a saber: a incapacidade de ver alguma coisa além de nós. Quando os bens materiais ocupam o nosso pensamento, nossa vida e nosso tempo, seja por tê-los, ou por não tê-los e desejá-los desmedidamente, o resultado é que não vemos a ninguém, a não ser a nós mesmos. Isto está evidente nas palavras do jovem rico (Mt. 19:16 a 22). Ele não diz uma frase sem se referir a si mesmo, seus atos de justiça, e principalmente seu desejo de salvação. Ele não conseguiu enxergar os pobres (vs.21), nem a Jesus (vs.17) e nem mesmo a salvação que desejava (vs.22).
Por saber que esse poder o dinheiro exerce em quem o tem, mas também sobre aqueles que não o possuem, Deus providencia a restauração da visão perdida. Ele nos ensina a enxergar novamente, como Pedro e João que viram o coxo da porta formosa, e por esta razão foram movidos a dar o que tinham (At.3:4-6). Esta capacidade de ver, por certo, estava presente em Davi e seus súditos que contribuíram voluntariamente para a construção do templo, o que segundo Davi foi uma visão alegre (I Cr. 29:17,18). Esta capacidade de ver e oferecer, de enxergar e dar, procede de Jesus. Pois Ele nos ensina nos Evangelhos a ver e compadecer (Mc.6:34). Aliás, só oferta e contribui aquele que vê.
Talvez isto explique a dificuldade de alguns em contribuir. O que você vê quando entrega seu dízimo e suas ofertas? Pode ver os missionários, suas famílias e suas necessidades, iguais ou maiores que as suas? Você enxerga o trabalho com jovens, adolescentes e crianças e principalmente famílias quando contribui? Consegue ver os ministérios? Você consegue vislumbrar naquele ato a evangelização, o ensino e assistência na igreja? É preciso ver além de nós, é preciso enxergar mais do que as minhas necessidades, desejos, sonhos e anseios. Precisamos ver e compadecer, enxergar e contribuir, precisamos parar de olhar para o espelho e notar que existe um mundo além de nós e de nossos interesses pessoais. Aliás, quando estiver olhando no espelho hoje, não pense no que estará vendo, mas lembre-se do que você não tem visto.

Pastor Jôer

Um Desafio de Deus

Não é engraçado como...


... R$ 10,00 parece tanto quando o levamos à igreja e tão pouco quando vamos ao shopping?

... uma hora é tão longa quando servimos a Deus, mas tão curta quando assistimos a um jogo de futebol?

... não achamos as palavras quando oramos, mas elas estão sempre na ponta da língua para conversarmos com um amigo?

... sentirmos tanto sono ao lermos um capitulo da Bíblia, mas ser fácil ler 100 páginas do último romance de sucesso?

... queremos sempre as cadeiras da frente do teatro ou num show, mas sempre sentamos no fundo da igreja?

... precisamos de 2 ou 3 semanas de antecedência para agendar um compromisso na igreja, mas para outros programas estamos sempre disponíveis?

... temos dificuldade de aprender a evangelizar e como é fácil aprender a contar a última fofoca?

... acreditamos nos jornais, mas questionamos a Bíblia?

... todo mundo quer ser salvo desde que não tenha que acreditar, dizer ou fazer nada?

Não, não é engraçado, é triste!!!

Precisamos ter mais intimidade com Deus. Ele é a fonte de nossa existência. É o nosso Salvador. Ele nos sustenta a cada dia.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Apenas A Velha História

"O Cristão é alguém que segue os ensinamentos de Cristo, desde que não atrapalhem sua vida de pecado". A frase de Ambrose Bierce, em seu livro "O Dicionário do Diabo", despe o cristianismo contemporâneo de seu entusiasmo infantil e de seu manto de espiritualidade. A título de reavivamentos e renovações o cristão moderno se alimenta de todo o tipo de novidades, menos a novidade de vida (Rm.6:4). Aquele evangelho envelhecido, desgastado, superado e esquecido não é mais uma "boa nova". "É preciso adequar o evangelho ao nosso tempo, é preciso atualizá-lo", dizem os cristãos modernos. Talvez seja esta a razão porque uma das Igrejas Presbiterianas dos Estados Unidos autorizou a oficialização da união de homossexuais, bem como em Nova York ordenou um homossexual ao ministério pastoral (Folha online de 24/11/99). Ou quem sabe isto explique a presença do deputado José Aleksandro da Silva, tanto na Igreja evangélica, como na CPI do narcotráfico, onde é suspeito de participação no crime organizado (Folha de São Paulo 05/11/99). Se esta é a atualização que se pretende para o evangelho, precisamos voltar ao antigo evangelho de Pedro, João e demais discípulos.
Precisamos voltar ao evangelho de Davi e dos Salmos que, mesmo antes do nascimento do Cristo, já anunciava suas Boas Novas. Não podemos mais tolerar este cristianismo pragmático, irrefletido, que não pensa antes de agir. Esta indisposição para refletir, pensar e repensar tem tornado o cristianismo ignorante, legalista, supersticioso e fanático. É aí que nos lembramos de Davi e dos salmos, frutos da meditação (SI.1:2), da observação (SI.119:55), da percepção e da compreensão (SI.92: 5,6). O cristianismo moderno roubou-nos a vontade e a prática de contemplar os céus, a lua e as estrelas e ver neles os dedos de Deus (SI.8:3); de contemplar a justiça e ver nela a face de Deus (SI. 17:15); de contemplar as obras de Deus e ver nelas o Deus soberano (Sl.46:8-10). Não é por acaso que aqueles que seguem este evangelho moderno naufragam na água rasa de seu conhecimento.
Onde está aquele evangelho que mudou a vida de Zaqueu, de Paulo e de muitos outros? O evangelho moderno não transforma, adapta; não converte, recicla; não altera, concilia. Em outras palavras no cristianismo contemporâneo não é preciso fazer morrer o velho homem (Col.3: 5-11), basta reencarná-lo no "novo" homem. Este cristianismo superficial, sem mudanças ou transformações não faz mais diferença. É o evangelho da semelhança, não a Cristo (Rm. 8:29), mas ao mundo (Jo.17:14). Cristianismo que ora como os fariseus e gentios (Mt.6:5-8), que trata o próximo como fazem os governadores dos povos (Mt.20:25-27), que vive a família como alguns contemporâneos de Paulo (I Tm. 5:8). O problema desse cristianismo é que ele está aberto tanto à palavra de Deus como à vontade dos homens; tanto à santidade como ao pecado; tanto a Deus como ao diabo. O problema desse evangelho é que ele é aberto demais.
Precisamos na igreja de hoje de mais viúvas pobres, como aquela de Lc.21:1-4. Para ela o dízimo e a oferta eram prioridades, não uma moeda de troca e nem um item supérfluo do orçamento. Isto porque, para a viúva a fé não se comercializa, não se vende, não se troca. Este cristianismo mercantil que compra bênçãos é o mesmo que retém sua oferta. O sentimento que leva alguns cristãos a trocar Reais por graças e misericórdias é o mesmo que leva outros cristãos a não entender a graça de dar, a saber: o amor ao dinheiro (I Tm. 6:10). Uma das marcas distintivas desse "novo" evangelho é esta hipervalorização de bens e recursos materiais que tem levado alguns cristãos a servirem a Deus e às riquezas (Mt.6:24). É curioso como os críticos da teologia da prosperidade corretamente não depositam suas esperanças no gazofilácio, mas infelizmente o fazem na riqueza (I Tm.6:17-18). O problema desse evangelho é que ele não é viúvo, mas está muito bem casado com os bens materiais.
Creio que precisamos voltar ao primeiro amor, à prática das primeiras obras (Ap.2:4,5). É hora de dizer não a esta modernização do cristianismo, a este tipo de atualização do evangelho. É preciso cantar como nossos pais:
"Conta-me a velha história
Que fala ao coração
De Cristo e sua Glória,
De Cristo e seu perdão" (HP. N°227).

Pastor Jôer

A Tirania da Liberdade



Desde aquele grito de independência, ouvido e celebrado a cada 7 de setembro, que o Brasil vem atravessando uma quase completa e contínua revolução libertária. Da liberdade política atribuída a D. Pedro I, passando pela lei do Ventre Livre e abolição da escravatura, até chegarmos ao livre mercado e livre concorrência, testemunhamos a constante luta pela liberdade humana. São leis libertadoras, movimentos e campanhas em favor da liberdade, partidos liberais, políticas neo-liberais, movimentos feministas e outros minoritários (não tão menores assim) lutando por mais liberdade, quer seja de expressão, quer seja pela liberação de novas (não tão novas assim) práticas sexuais. O discurso da liberdade atingiu até mesmo as igrejas, Aquelas que não aderiram à Teologia da Libertação seguem fazendo seus cultos de Libertação Espiritual. Tanta liberdade sufoca!
A questão é que, influenciados pelos ideais da revolução francesa, a liberdade tornou-se o alvo da vida, razão de ser de países, movimentos, grupos, campanhas, igrejas, etc. É a causa de possíveis avanços na qualidade de vida de indivíduos. A sua ausência é explicação para a violência, desigualdade e ignorância reinantes no país. À medida que a liberdade se tornou o significado de instituições e pessoas, ela perdeu seu próprio sentido. Confundimos liberdade com ausência de responsabilidade, atribuímos-lhe um caráter libertino e a transformamos em antíteses de leis e regras. Liberdade não é mais matéria de direito, mas uma obrigação, visto que somos obrigados a ser "livres" em praticamente todos os sentidos. O resultado é que vivemos uma liberdade castradora, escravizante e coerciva. Estamos intoxicados pela "liberdade".
Com isto não pretendo afirmar que a liberdade é um mal, mas para que promova o bem ela precisa de controles, necessita de limites. Ela é resultado do conhecimento da verdade absoluta (Jo.8:32). Por verdade deve-se entender a pessoa e a obra de Cristo, "pois se o filho vos libertar sereis verdadeiramente livres " (Jo. 8:36). Este por sua vez afirmou que não veio para revogar a lei, mas para cumpri-la (Mt. 5:17). Isto nos lembra, que ele não nos libertou transgredindo a lei de Deus, mas se submetendo a ela. Que liberdade é esta que incita o pecado, induz à transgressão da lei de Deus e escraviza o homem as suas paixões? Alguém aí, nos gabinetes, púlpitos ou palanques faça-nos o favor de pregar uma teologia que nos liberte da ditadura da libertação! Oxalá alguém nos dê a brilhante idéia de realizarmos um Culto de Libertação que nos liberte da Tirania da Liberdade.

Pastor Jôer